A VIAGEM

Belém, 13 de dezembro de 2011.

Foi triste e solitária como sempre, com certa aura sagrada e profana. Fiz o mesmo passo que fiz há sete anos atrás quando da Parte e por Ordem foi profetizado minha solidão. Estive sob a cadeira, ao luar e como podes ver na fotografia estava sob companhia daqueles dois únicos objetos que eram a água da minha sede e o peso do meu cérebro.
Eu estive a beira do rio onde podia contemplar a escuridão e os pequenos pontos de luz brilhante na penumbra do ambiente. Ouvia uma voz daquela leve e doce maré e um perfume que me lembrou o dia em que estivemos lá. Desde aquela vez eu já queria me jogar e pude comprovar que essa vontade só me cresce por ter velhas memórias ligadas àquele lugar como se meu coração maldito fosse um copo enchendo pouco a pouco até transbordar. Mas esse mesmo coração maldito é dotado de uma estrela solitária e morta que suga tudo quanto nele se coloque de modo que sofra ter sentido algo que senti e sofra novamente por me parecer vazio tudo que sinto. Assim não sei se um dia tudo rebentará e nem posso suportar as coisas como se seguem. 
Negue-se que um dia a verdade virá à tona por que ninguém consegue esconder o que tem dentro de si e ser feliz ao mesmo tempo assim como ninguém é feliz sem esconder o que tem dentro de si.
Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário

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