A perplexidade.

Os dias que se seguiram ao nosso término não foram fáceis. Ainda ensaiamos alguns encontros, mas já era a mesma coisa, pelo menos naquele momento. Tínhamos um show para irmos juntos!
Isso também parecia estranho, já não sabia se deveria ir ou não. Eu não tinha noção de como me comportar diante dessa nova situação. Tudo tão diferente, estranho, olhar para você como alguém distante não era bem o que eu queria.
E o mais interessante era que não sentia raiva ou ódio de você. Sentia não poder fazer nada para reverter o quadro. Estava impotente, inútil diante da tua vontade pessoal ― única coisa na qual não podia interferir. Lutar com a vontade é uma luta vã, no entanto lutamos mal rompe a manhã.
Com a pessoa amada os sentimentos não são antagônicos. Eu não odiei você por isso. Só não conseguia entender sua decisão. Continuei e continuo te amando quando desde a primeira vez que sussurrei estas palavras em teu ouvido. Agora precisava dizer isso bem baixinho para que não saibam os passarinhos que espalham o pólen das flores. Agora nosso amor não podia ser espalhado. Tinha de ficar em segredo.
Como eu reagi a tudo isso? Estranheza, vazio, solidão, dor tristeza. Um dia (eis uma confissão pessoal) chorei copiosamente por tudo o que havia acontecido e pela impotência ante a VONTADE PESSOAL, foi a forma que encontrei para desabafar. Minha fortaleza havia se tornado minha maior fraqueza. Precisava redefinir o conceito de amigo encontrar um lugar para você.

J.J.M.C.

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