A dor de não poder dizer Adeus....

São Luís, 04 de fevereiro de 2012

Alguém disse que sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras carinhosas, pois pode ser a última vez que a vemos... Bom, eu não sou boa nisso. Não gosto desse tom de despedida, pra mim é sempre "tchau", "até mais" ou "nos vemos por aí". Nunca me despedi de alguém do jeito que deveria, do jeito amoroso. Na minha cabeça eu sempre irei vê-las de novo, elas sempre estarão aqui comigo... Mesmo que eu sabendo o quão perigoso isso é, e não sabendo o quão doloroso pode se tornar. Até hoje! Hoje eu perdi uma pessoa que eu amava, que me amava, que me protegia, que cuidava de mim mesmo quando estava a milhares de km de distância... Alguém que eu sabia que sempre, sempre iria me ajudar! Perdi o meu chão, perdi o meu porto seguro. Perdi uma parte de mim. 
Não consigo parar de lembrar do nosso último encontro, de como eu quis dizer a ele como era bom tê-lo por perto, como eu me sentia feliz com ele, com meu irmão de coração. E se vocês querem saber como foi o nosso último encontro, foi assim: Fomos à praia de noite com outros amigos nossos, e nos divertimos à beça. Cantamos, sorrimos, corremos... Molhamos uns aos outros! Coisas de jovens que tem todo o tempo do mundo. Que não tem pressa. Mas aí eu me chateei com algo que ele fez (algo tão banal que nem consigo recordar) e briguei com ele: Chamei-o de idiota, imbecil, retardado... Os mesmo xingamentos de sempre, mas no fundo ele sabia que eram apenas palavras bobas de quem tá zangada e com birra. Em pouco tempo já estávamos rindo de novo, como se nada tivesse acontecido... Mas eu não me desculpei, não disse que aquilo tinha sido um acesso de infantilidade, não... Fiquei calada, na minha. Hoje fui acordada pelo toque do celular, era a mãe dele falando que ele tinha sofrido uma parada cardíaca e tava no hospital. Eu não conseguia entender, queria ir pra lá, queria vê-lo. Eu me dei conta que tinha que vê-lo, eu precisava dizer a ele tudo o que eu queria, tudo o que eu sentia... Dizer que ele foi o meu primeiro amor, mas eu me contentei em ser tratada como irmã mais nova, isso me mantinha perto dele. Com o tempo, o amor se tornou admiração e amizade, amizade de verdade que nem o tempo e nem a distância monstra puderam sufocar. Era incrível como uma ligação, um torpedo tinha a capacidade de melhorar o meu dia... 
Ele adivinhava quando eu não tava bem, nossa ligação era incrível. Éramos como um só, nossos pensamentos se completavam mesmo a gente sendo tão diferente! E agora ele se foi... E eu nem puder dizer adeus. Mas já que eu não pude dizer adeus, eu quero dizer a ele que ele foi a melhor parte de mim, ele me ajudou a ser alguém melhor, ele acreditou em mim quando nem eu mesma acreditei, ele me deu forças, ele me deu paz, tranquilidade, ele me ensinou o que era o amor e o mais importante, ele me ensinou amar. De uma forma pura, plena, desinteressada e incondicional... 
Vinícius, eu sempre vou te amar, meu grande irmão. 

Talídia